"Surprise, sometimes, will come around..."
É com essas palavras que o novaiorquino Interpol se apresenta em seu disco de estréia, Turn On the Bright Lights.
E se o excesso de cautela lhe soa estranho - e pretenciosamente despretencioso - talvez na época do lançamento do disco, sua atenção estivesse voltada para um outro ilustre grupo de Nova York, e seu álbum de estréia - este sim com um título carregado de falsa modéstia - Is This It?.
Surgindo mais ou menos 1 ano após a estrondosa aparição de seu nêmesis - o quinteto empossado pela crítica musical com a missão de "salvar o rock n' roll" - o Interpol sabia o quão cauteloso deveria ser antes de prometer surpresas ao público.
Com apenas 6 versos e desprovida de um título, a faixa de abertura parece ter por finalidade anular qualquer predisposição do ouvinte a esperar por uma segunda - ou terceira? - vinda do messias.
Se o rock n' roll precisa ou não ser salvo, definitivamente essa não é uma questão que incomoda o grupo, que prefere ser mais modesto, e anunciar a segunda vinda do pós-punk britânico de grupos como Joy Division e Echo & the Bunnymen.
Se o rock n' roll precisa ou não ser salvo, definitivamente essa não é uma questão que incomoda o grupo, que prefere ser mais modesto, e anunciar a segunda vinda do pós-punk britânico de grupos como Joy Division e Echo & the Bunnymen.
Esse revival, posteriormente uma tendencia adotada por diversos grupos ao longo da década, parece ter sido definido com maestria no carro chefe do disco Obstacle 1.
Ao longo de seus 3 minutos, a faixa explica de maneira detalhada como o grupo trouxe o estilo protegido em seu caixão da Inglaterra para Nova York, e que tipo de alterações comportamentais o mesmo incorporou ao se ver livre na Big Apple.
Ao longo de seus 3 minutos, a faixa explica de maneira detalhada como o grupo trouxe o estilo protegido em seu caixão da Inglaterra para Nova York, e que tipo de alterações comportamentais o mesmo incorporou ao se ver livre na Big Apple.
Faixas como NYC e PDA continuam a revelar diferentes facetas do grupo, sempre noturno, sempre desperto, tal qual a cidade que habita, e que parece definir tão bem em sua música.
Say Hello to the Angels surge carregada de tensão claustrofóbica, para então se resolver em um pop brilhante, e carregado das surpresas prometidas anteriormente.
Say Hello to the Angels surge carregada de tensão claustrofóbica, para então se resolver em um pop brilhante, e carregado das surpresas prometidas anteriormente.
O disco parece por vezes caminhar rumo aos primeiros raios de sol, como na introspectiva Hands Away. Mas ainda é cedo para um grupo que parece capaz de parar o tempo às 4 da manhã, e isso fica claro quando a temperatura volta a subir em Roland, até atingir seu clímax no instrumental lisérgico de The New.
Nos anos seguintes, o Interpol seguiu lançando bons discos, se estabeleceu como uma das grandes bandas dos anos 2000, e encontrou entre aqueles indiferentes ao salvamento do rock um público fiel.
Tudo sem nunca prometer mais do que algumas boas surpresas. BZ
Tudo sem nunca prometer mais do que algumas boas surpresas. BZ
Gênero: pós-punk
Lançamento: Agosto de 2002
Produtor: Peter Katis, Gareth Jones.
Selo: Matador
Para ter uma idéia, ouça Obstacle 1, PDA e Leif Erickson
Assista o video oficial de Obstacle 1
Lançamento: Agosto de 2002
Produtor: Peter Katis, Gareth Jones.
Selo: Matador
Para ter uma idéia, ouça Obstacle 1, PDA e Leif Erickson
Assista o video oficial de Obstacle 1
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