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26.8.10

Klaxons - Surfing the Void(2010)


Os Klaxons devem muito ao gato da foto.
A imagem, entregue à mídia algum tempo antes do lançamento do disco, se revelou bastante eficiente como o chamariz que a banda precisava para distrair o público, enquanto fazia os acertos finais no tão aguardado sucessor do igualmente superestimado e subestimado Myths of the Near Future(2007).

Incumbidos pela imprensa britânica de carregar o pesado fardo de pioneiros do new rave, o grupo teve o azar de ser a promessa da vez no Reino Unido, em um ano em que a população mundial já se encontrava devidamente vacinada, contra as sucessivas febres fabricas pela mídia inglesa.
A essa altura ninguém fora da Inglaterra parecia se importar mais com Pete Doherty e seus problemas com a lei, e com a mesma rapidez que surgiu, o new rave foi descartado, levando consigo a infinidade de bandas igualmente descartáveis que bem ou mal, tiveram 14 minutos de fama a mais do que mereciam.
A grande perda da história, acabou sendo o Klaxons, que mesmo tentando no último instante renegar o título de capitão do navio, naufragou ao lado de uma tripulação que de fato nunca lhe pertenceu.

Algum tempo após liberarem a capa da NME para os próximos da fila, os músicos iniciaram a produção de seu novo álbum.
Ao longo de meses, as informações que vazam do estúdio sugerem um rumo musical um pouco diferente do esperado. O que quer que o vocalista Jamie Reynolds queira dizer, com o termo prog-doom, não parece agradar os executivos da Polydor, que rejeitam o material alegando que o mesmo é 'experimental demais para ser lançado' - o que quer que isso queira dizer hoje em dia.

E nos momentos de maiores dificuldades, realmente aparecem as ajudas mais improváveis, aqui sob a forma do produtor Ross Robinson, que em sua lista de antecedentes criminais, traz boa parte das bandas de nu-metal que já caminharam sobre a terra.

Méritos à parte, a parceria mais peculiar imaginável funcionou, e Robinson com seu estilo de produção direto e - talvez o que tenha aliviado bastante a gravadora - comercial, ajudou o grupo a se lembrar de sua fórmula, ao mesmo tempo em que viabilizou as novas experimentações, agora seguramente inseridas em um contexto definitivamente pop e vendável.

O resultado final da odisséia pode ser sentido em Surfing the Void: dance music executada por músicos de rock, dessa vez deixando o rock muito mais evidente que em seu disco de estréia.

Echoes abre o álbum de maneira muito mais imediata que seu predecessor. Trazendo uma sonoridade decididamente mais orgânica que nunca, o Klaxons se redefine como um autentico grupo de rock, rodeado por uma atmosfera dance que agora parece muito mais disposta a complementar que a roubar a cena.
A temática espacial/new age do primeiro disco permanece, como a capa deixa evidente.

Venusia, com seu ritmo galopante e tom apocalíptico, utiliza LSD como combustível para uma viagem interplanetária, e Extra Astronomical, neta orgulhosa do Pink Floyd não nega as raizes.
Ninguém imagina o que venha a ser o tal Flashover da música, ou então os tais silver discs, mas a questão não possui tanta importância a essa altura. Os Klaxons constroem seu mundo fantástico de maneira tão sólida, que estranho seria questionar sua veracidade.

A jornada é levada à fronteira final com Cypherspeed, sua faixa mais longa e experimental, dando uma prévia do que pode vir pela frente, caso a Polydor - agora certamente mais aliviada - permita em uma próxima viagem que o astronauta felino explore o espaço recém descoberto com maior liberdade.


Gênero: rock alternativo/dance-punk
Lançamento: Agosto de 2010
Produtor: Ross Robinson
Selo: Polydor
Para ter uma idéia, ouça Echoes, Valley of the Calm Trees e Cypherspeed.
Assista o video oficial de Echoes

2 comentários:

Anônimo disse...

http://hotfile.com/dl/63183675/733ed25/Klaxons_-_Surfing_The_Void_2010.rar.html

Unknown disse...

Gostei muito da resenha! Ross Robinson com Klaxons? Quem diria...Um abraço!