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24.8.10

Portugal. The Man - American Ghetto(2010)


Desde sua estréia em 2006 com o álbum Waiter: You Vultures!, Portugal. The Man se destaca não apenas como um dos mais criativos grupos da atualidade, como certamente um dos mais prolíficos.

Com a impressionante marca de 10 lançamentos oficiais em 4 anos - entre 5 álbuns, 4 EPs, um disco de versões acústicas e infelizmente nenhum registro ao vivo - o grupo natural do Alaska, evoca uma imagem muito mais conceitual do que sua sonoridade.
Passado o susto inicial com um nome que parece pertencer a um primo português do Animal Collective, discos com capas no mínimo desconcertantes e títulos idem, é surprendente o quanto seu rock psicodélico com elementos de blues, jazz e um quê de Flaming Lips soa acessível.

Anunciado 2 meses após o lançamento do elogiado The Satanic Satanist(2009), American Ghetto continua a explorar as possibilidades oferecidas pela tendência pop, assumidamente funkeada, adotada em seu predecessor.
As faixas encaixariam perfeitamente em Satanic, com a diferença que aqueles momentos mais experimentais, que fizeram falta no último disco, finalmente dão as caras por aqui, apoiados por um extenso uso de sintetizadores e drum machines.

The Dead Dog abre o disco com uma batida hip hop envolvente, e guitarras blues, apoiados por uma orquestra fantasmagórica de sintetizadores, que vez ou outra dão as caras até envolver por completo o grupo e revelar o papel fundamental que a eletrônica exerce no disco, seja como coadjuvante, ou mesmo protagonista, no caso do interlúdio que une a primeira faixa à terceira, a brilhante 60 Years.

Parecendo compartilhar com o Beck um apreço pelo groove da Motown, a faixa traz um sério candidato ao refrão mais grudento de 2010. Vez ou outra tomam rumos mais lisérgicos, quase esquecem o que estavam fazendo anteriormente - como no interlúdio onde sobra espaço até para incursões de sítara no melhor estilo Beatles - e de repente ops, onde eu estava mesmo? ah, motown, ok, e tudo termina bem.

E a medida que o disco se desenvolve, indo do space rock cheio de distorção de 1000 Years, ao dream pop com um pé na disco em The Pushers Party, o nome American Ghetto parece sempre cair como uma luva ao determinar o clima comum a todas as faixas, evocado por meio do groove, que caminha do hip hop ao funk e ao blues, com direito a uma escala de 3 minutos no dub com cara de rock progressivo de Do What We Do - outro ponto alto do álbum, explorando por meio de camadas, o amadurecimento vocal do frontman John Gourley.

Em uma entrevista, quando questionado quanto à facilidade do grupo em se re-inventar e lançar discos tão distintos em intervalos de 1 ano, o vocalista riu e comentou 'bom... mas é um ano inteiro!'.
Se American Ghetto representa o destino final, ou apenas um capítulo na extensa jornada da banda, só o tempo poderá dizer, e a julgar pela noção de tempo de Gourley, a resposta para essa pergunta pode aparecer mais rápido do que imaginamos. BZ


Gênero: neo-psicodélico
Lançamento: Maio de 2010
Produtor: Anthony Saffery
Selo: Equal Vision
Para ter uma idéia, ouça The Dead Dog, 1000 Years e The Pushers Party.
Assista ao video oficial de The Dead Dog

Um comentário:

Anônimo disse...

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