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26.7.10

amigos e inimigos da música moderna

"Zeitgeist"

O termo alemão, responsável por sintetizar o panorama artistico de toda uma época, teve sua primeira aparição no meu vocabulário em idos de 2007, quando um tal Smashing Pumpkins(que para uns como eu foi uma das maiores bandas dos anos 90, e para outros não significa muita coisa além da insistente presença de "1979" como trilha sonora obrigatória na noite rock paulistana), anunciou o termo como título de seu álbum de retorno. Sim, mais um daqueles revivals nostálgicos que procuram emular o que a banda foi em seu auge, e geralmente terminam com um bando de jovens senhores em cima do palco, tentando resgatar o que era ter vinte e poucos anos, e não ter metade das preocupações que adquiriram com o tempo.
Um alívio temporário para estes e para os fãs, que passada a euforia inicial, logo chegam à inevitável conclusão de que por melhor que seja rever velhos amigos, se estes pararam no tempo fica difícil acompanhar a velha conversa por muito tempo.

Passada a euforia inicial eu também segui com a minha vida, até voltar a bater de frente com o termo, dessa vez como título de um impressionante documentário que busca em uma missão quase impossível, unir cristianismo, religião egípcia, 11 de Setembro e o Banco Central dos Estados Unidos! Tudo parece fazer bastante sentido, graças à paixão com a qual o filme insere teorias conspiratórias e sociedades secretas por trás de cada pequeno detalhe dos nossos dias. Infelizmente, após uma leve pesquisa sobre as fontes e termos citados, fica claro que como toda boa paranóia esta também se baseia em reflexos que muitas vezes são revelados por espelhos bastante turvos.

Até aí eu já estava bastante impressionado, como um termo alemão e bastante fora de eixo para qualquer pessoa que não estude a filosofia de Hegel e Herder no dia a dia, pôde ter se tornado tão corriqueiro no meu vocabulário e no de qualquer um que se interessasse por rock alternativo ou documentários malucos.
Acho que talvez seja justamente esse o tal -espirito do tempo-, tradução livre e aproximada do termo, que talvez algum dia represente a primeira década do século XXI: uma década de fácil acesso ao conhecimento, ainda que este muitas vezes venha filtrado por mentes de confiabilidade duvidosa, e o resgate de heróis do passado, ainda que estes muitas vezes encarem a árdua tarefa de serem novos e velhos ao mesmo tempo.
Tudo é possível, os opostos coexistem e quem perdeu alguma coisa pode agora participar da reinvenção da mesma.

A idéia aqui é falar sobre cultura pop, e ao invés de unir gregos e troianos como o diretor do documentário, vou me ater a falar especificamente sobre a música, e eventualmente trazer alguns dinossauros de volta à vida como Billy Corgan, e seu Smashing Pumpkins(dando ênfase aqui para o "seu").

Sejam todos bem vindos. E chega de introdução. BZ


4 comentários:

Samar Elgrably disse...

Grande Zibordi! Muito bom te "ler" de novo (apesar de ser muito fã da sua arte também!). E ótima apresentação, eu também conheci o termo "zeitgeist" por causa do Smashing Pumpkins - que foram anunciados na line-up do Planeta Terra hoje, olha só!

Enfim, vou acompanhar de perto esse seu novo projeto. Um beijo!

Bruno Zibordi disse...

E ae Samar tudo bom? =D
Espero que goste do blog! A idéia era atualizar toda noite com um novo review, até frustrarem meus planos cortando a luz ontem =S
Se tudo der certo, amanhã volto ao plano inicial o/

Renato Cardoso disse...

se nao me engano existe um grupo Chamado Espirito do Tempo, o qual foi ignorado na sua resenha inicial sobre o termo.

Bruno Zibordi disse...

Ele foi lembrado no subtítulo do blog =D